quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Liberalização do aborto

Ando há algum tempo a tentar convencer os meus meninos de que temos de conhecer todos os tipos de música e catalogá-la apenas em boa ou má, partindo da qualidade da execução e não propriamente da característica ser ou não ser orelhuda (o comummente referido «radiofriendly»).

Numa semana em que se fala da liberalização ou não do aborto, cheguei a pensar que se liberalizassem o aborto na música talvez o cenário fosse melhor. Claro que neste caso o aborto seria possível a qualquer altura, não só até às dez semanas. O essencial seria que não fossem simplesmente paridos para os escaparates. Aliás, alguns cd's são tão infecciosos que sem que se possa fazer nada por isso, aparece outro e outro e outro e outro. Sim, a liberalização do aborto para a música mal executada era interessante.

Entretanto dou por mim a ir à mala buscar uns discos que se foram perdendo na busca (oca?) de música nova. Da net para a rodela, os cd's em pilha vão ganhando a forma de arranha-céus e na ceifa das audições diagonais muito fica por ouvir. Decidi parar esta semana para ouvir o que ouvia, quando ouvia, com gosto de ouvir, um cd como ele é feito. Peguei em Badly Drawn Boy, Moldy Peaches, Jay Jay Johanson e Lisa Ekdahl, todos propositadamente datados. E detive-me a pensar sobre os Moldy Peaches: têm uma qualidade de execução que põe em xeque uma (muito) grande fatia da afinação e da mestria, mas é delicioso. E lá se foi a teoria...

Nota do editor:
Não há, contudo, nenhum tipo de doçura passível de ser encontrada em álbuns diminutos de afinação em figuras da radio e da k7 (pirata ou original) que se fazem conhecer por diminutivos seguidos de nomenclatura caprina, ou afins.

1 comentário:

Anónimo disse...

Governo deve tomar medidas em vez de pedir ao povo a solução

Não ! - Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização !

A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto. O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará - porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente.
O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz.
Penso que o problema ficaria resolvido, quase a 90 %, se o governo, em vez de gastar milhões no SNS, adoptassem medidas de fundo, como estas:

1 – Eliminação da penalização em vigor (sem adopção do aborto livre) e, em substituição, introdução de medidas de dissuasão ao aborto e de incentivo à natalidade – apoio hospitalar (aconselhamentos e acompanhamento da gravidez) e incentivos financeiros. (Exemplo: 50 € - 60 € - 70€ - 80€ - 90€ - 100€ - 110€ - 120€ -130€, a receber no fim de cada um dos 9 meses de gravidez). O valor total a receber (810€) seria mais ou menos equivalente ao que o SNS prevê gastar para a execução de cada aborto. (*)

2 – Introdução de apoios a Instituições de Apoio à Grávida. Incentivos à criação de novas instituições.

3 – Introdução/incremento de políticas estruturadas de planeamento familiar e educação sexual.

4 – Aceleração do "Processo de Adopção".


(*) Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto). [Não sei se seria conveniente estabelecer uma coima para a atitude unilateralmente tomada, quebrando o relacionamento amistoso (de confinaça e de ajuda) com a unidade de saúde].

Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas. É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática.