Na última sessão de sons e declamasons fui buscar à prateleira dos premiados o espanhol Juan Ramón Jiménez, e ele trouxe ao colo o seu «Platero e eu». Desta vez, nao vou escolher uma passagem, vou optar por algumas frases, expressões menores, com toda a ironia que me é permitida.
«Uma enorme nuvem negra, como uma gigantesca galinha que tivesse posto um ovo de ouro, depôs a Lua sobre a colina.»
«Platero, nao sei se com o seu medo ou se com o meu, trota, entra no regato, pisa a Lua e fá-la em pedaços.»
«Não sabem o que fazer. Voam mudas, desorientadas, como as formigas quando uma criança lhes pisa o carreiro.»
«O poço! Platero, que palavra tão funda, tão verde-negra, tão fresca, tao sonora! Parece que é a a palavra que perfura, girando, a terra escura, até chegar à água.»
«A solidão é como um grande pensamento de luz.»
«Já o Sol, Platero, começa a ter preguiça de sair dos seus lençóis, e os lavradores madrugam mais do que ele. É verdade que está nu e que faz frio.»
Porque, afinal de contas, não se encontram Prémios Nobel debaixo das pedras...
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