Para aperitivo escolhemos uma pasagem que nos fala de gula. Gula hormonal. Uma visão muito vanguardista do conceito de virgindade, criada e acariciada pela sociedade, claro.
«- Tu é donzela mesmo?
- Juro por Deus Nosso, Senhor, pela Virgem - beijava os dedos postos em cruz.
Pedro Bala vacilava. Os seios da negrinha intumescidos sob seus dedos. As coxas duras, a carapinha do sexo.
- Tu tá falando a verdade? - e não deixava de acariciá-la.
- Tou, juro. Deixa eu ir embora, minha mãe ta me esperando.
Chorava, e Pedro Bala tinha pena, mas o desejo estava solto dentro dele. Então propôs ao ouvido da negra (e fazia cócegas a língua dele):
- Só boto atrás.
- Só boto atrás.
- Não. Não.
- Tu fica virgem igual. Não tem nada.
- Não. Não, que dói.
Mas ele a acarinhava, uma cócega subiu pelo corpo dea. Começou a compreender que se não o satisfizesse como ele queria, sua virgindade ficaria ali. e quando ele prometeu (novamente sua língua a excitava no ouvido) se doer eu tiro... ela consentiu.
- Tu jura que não vai na frente?
- Juro.
Mas depois que tinha se satisfeito pela primeira vez (e ela gritara e mordera as mãos), vendo que ela ainda estava possuída pelo desejo, tentou desvirginá-la. Mas ela sentiu e saltou como uma louca:
- Tu não te contenta, desgraçado, com o que me fez? Tu quer me desgraçar?
(...) E como seu maior desejo já se satisfizera, e como aquela angústia do princípio da noite voltava a dominá-lo, ele falou:
- Se eu te deixar, tu volta amanhã?
- Volto, sim.
- Volto, sim.
- Só faço o que fiz hoje. Te deixo donzela...»
Sem comentários:
Enviar um comentário