quinta-feira, março 15, 2007

também tu, Brutus?

Vincenzo Camuccini (Roma, 1771- Roma 1844) foi um bom pintor na sua época, mas está longe de ser um consagrado pela história. Talvez porque de facto não foi um artista que se distinguisse das correntes estéticas suas contemporâneas. Muito pelo contrario, Camuccini, é um bom pintor do Neoclassicismo romano, que vai “beber” às lições de David.
Distinguiu-se sobretudo pela produção de temáticas religiosas e pela qualidade dos inúmeros retratos.
Mas o seu mais provavelmente famoso quadro, e o qual fomos buscar, é de temática histórica e retracta um dos mais dramáticos momentos da história de Roma.

Numa semana em que, aqui na pastelaria, estamos muito clássicos, fui buscar um tema que ocorreu faz hoje exactamente dois mil e cinquenta e um anos: -Os Idos de Março de 44ac
Depois um “Eros” (amor) que nasce de uma traição e de um beijo que trai, na senda das traições segue-se uma das (senão a mais) famosas traições da História.




Vincenzo Camuccini, A morte de Júlio César. 1793-1798. Nápoles, Museo di Capodimonte


O tema do assassinato de Gaius Julius Caesar foi imortalizado por Camuccini nesta tela que ainda hoje é uma das mais utilizadas imagens para ilustrar esse episódio.
O Neoclassicismo de facto promovia a exploração desses episódios históricos e trágicos muito representativos da cultura francesa Napoleónica.
A Morte de Júlio César é o primeiro exemplo de pintura Neoclássica em Itália. É pintada com grande rigor arqueológico, segundo as sugestões de Ennio Querino Visconti, o que reflecte a importância da mensagem e da sua pseudo-autenticidade, sobre as questões artísticas, ainda que com uma composição impecável nesse particular, mas sem a genialidade de um Jacques-Louis David, que haveremos de abordar aqui um dia destes.

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