domingo, março 25, 2007

princesa Europa

O rapto de Helena deu origem à guerra de Tróia. O rapto de Europa de origem à… Europa. Ou melhor à civilização Europeia.
Num dia em que se comemoram os 50 anos da Europa, nada como recordarmos que esta princesa fenícia é muito mais velha e já foi motivo para muitos artistas ao longo dos anos.

Europa era uma princesa fenícia por quem Zeus se encantou. De forma a seduzi-la, metamorfoseou-se num belo touro branco. Atraída por este touro, Europa presenteia-o com uma grinalda de flores.
Zeus rapidamente a raptou e com Europa no seu torso irrompeu pelo mar mediterrânico até à ilha de Creta aonde possui finalmente Europa.
(Para mais informação podem sempre ler as Metamorfoses do poeta latino Ovídio)
Assim explicavam os gregos a fundação da cultura Europeia, precisamente na mediterrânica civilização minóica.

Sendo assim um momento fundador da nossa cultura, não é de estranhar a sua recorrência em obras de cariz artístico.
De entre os vários exemplos possíveis vamos porém regressar por momentos a um autor
já aqui visitado e a uma das mais interessantes representações do tema.


Tiziano - O Rapto de Europa; Museu Gardner, Bóston, 1559-62, 185 x 05 cm, Óleo sobre tela

Sem dúvida que neste quadro, mais do que no Bacanal, é possível apreciar a mestria deste pintor veneziano no desenho e na composição, com um quadro bastante dinâmico, composto por várias diagonais e por escorços de difícil execução. Oferece-nos assim uma cena onde a violência de um rapto é de facto sensível ao contrário de outras representações bem mais serenas.

Mas para diversificar os âmbitos de intervenção e também demonstrar que este é um tema ainda hoje actual que relembra a formação mítica mais que da Europa mas antes da cultura Ocidental, vamos curiosamente a território americano, mais concretamente à cidade ventosa (Chicago) para encontrarmos a obra de um pintor/escultor sul-americano, o colombiano Fernando Botero.



Fernando Botero - O Rapto de Europa (exposição em Chicago no Verão de 1994)

Trata-se de um autor com umas figuras particularmente redondas, uma imagem que o distingue e que transporta quer para a escultura quer para as telas, mas sempre com uma mensagem crítica e social. Um autor que aprecio particularmente e a qual aconselho uma visita.

P.S.: E agora para terminar e ... em jeito de provocação... quatro exemplos desta mesmo temática, em diferentes períodos e diferentes técnicas:

um mosaico romano...
um picasso...
a coroa da moeda de dois euros grega
e para terminar o nosso bem português
António e o seu sentido de humor corrosivo.

Deixo-vos então a provocação:- O que é arte e quais são os seus limites?

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